terça-feira, 29 de maio de 2012

Poemas (Sonetos) para o dia dos pais



  Troféu
  (Para os meus filhos e todos os pais!).

     Mesmo uma estrela ao acender seu brilho,
não tem a magnitude da luz de um filho.

Deixe-me prender o laço da sua trança
que, solta, nas asas do vento se vai.
Abra seus braços pro meu abraço, criança,
sinta a doçura que lhe é seu pai.

Um fio de lágrima desprende e cai
brotando em meu peito a esperança
de amar-me, como ama-lhe este pai
e me levar pra sempre na sua lembrança.

Sua pele clara, cabelos dourados,
rosto infante, olhos amendoados,
brilha no ar um sorriso augusto;

meu peito aperta, faz-me seu broquel,
vejo o seu corpo despertar robusto
e ergo nas mãos o mais raro troféu!






     Soneto ao meu pai (João Dias Ferreira)

     Ainda lembro abrir-me
os portais da vida com o teu punho firme.

Ei pai, quero tua voz a ditar-me o certo
num tom firme quando em meus deslizes.
Quero te olhar nos olhos, ouvir o que dizes,
guardar as lições no meu peito aberto.

Ei pai, todo bom caule tem boas raízes
plantio sem amor dá um fruto incerto.
Todo bom filho quer seu pai por perto
só abraçam o mundo os que são felizes.

Ei pai, tolere meus erros, não se zangue,
as mãos que punem também dão carinho,
no teu mapa do amor tem o meu caminho.

Ei pai, corre nas minhas veias o teu sangue.
Fiz-me do que és desde a concepção
dois corpos unidos num só coração!



          Soneto aos Pais
         (Amizade eterna!)

     Os laços da amizade pai e filho são  tão fortes
quanto o fio que sustém o mundo.

No meu peito tem um lar, doce abrigo,
onde hospedo nobres sentimentos
onde não mais é só quem está comigo
onde não há pranto nem tristes lamentos.

Aqui o tempo é a vida em fragmentos
a explosão dos átomos não tem perigo
se falo bem, espalho a quatro ventos
e no peito te hasteio o nome, amigo!

Eis o meu lar: Colunas do bem querer,
porta sem trinco pra sinceridade
onde o sol reluz ao alvorecer.

Fechado, nessa nave que dirijo,
para todo o sempre levo a amizade
até o meu inexpugnável esconderijo!

     Inácio Dantas
     Do livro (“Janela par ao Mar”)

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